Existe um motivo para o meu “limite do humor” avançar mais na fé cristã do que nas fés de minorias. Explico: Um cristão sofreu no Brasil por ter nascido cristão? Apanhou do pai por ter sido cristão? Foi discriminado e agredido verbal e fisicamente por ser cristão? Sofreu preconceito da sociedade por ser cristão? Não. Toda piada possui um alvo, seja algo ou alguém. A pergunta que eu sempre faço é: “O quanto de sofrimento existe nesse alvo?” Se existe muito sofrimento, prefiro não fazer piada com o tema. Se não existe sofrimento, ou ele é mínimo ou localizado, então me dou mais liberdade em fazer piada com o tema. Por isso que eu me sinto mais confortável em fazer piadas com o cristianismo do que com o candomblé, por exemplo. Se um advogado se sentir ofendido pela piada de advogado que fiz, irei ignorar, pois não existiu sofrimento no fato de ele ser um advogado. Esse é o meu limite do humor.
3 Comentários para "O Limite do humor!"
Pelo visto o teu “limite” é traçado pela tua própria “régua moral” (que por sinal tá bem torta)… Se é pra avacalhar com a fé alheia que seja com a fé de tudo e de todos!
Nem espero que você vá aceitar aceitar esse comentário, já que com certeza vc só aprova aquilo que lhe convém, mas o recado está dado!
Cara, eu te sigo a anos, acho que nunca comentei. Achava suas tirinhas antigas muito melhores que as atuais, mas ainda assim te sigo e vejo todas.
Nesse ponto, acho que só faltou sensibilidade. Julgar o sofrimento do outro não deveria ser algo tão fácil assim.
Sou Cristão Católico em uma família não cristã. Eu decidi cedo me tornar cristão por vontade própria e fui excluído em grupos familiares, as imagens sacras da minha avó foram todas destruídas por ela ser católica, no ensino médio me zoavam por eu crer em um ambiente onde “ter fé cristã significa que vc é limitado”, fiz curso de teatro e minhas sugestões de roteiro eram excluídas pelo diretor por que “só servem para Igreja, falta palavrão e ofensa”. Não acho que sou o maior sofredor do mundo, mas os sofrimentos dos outros não deveriam ser menosprezados dessa forma. É como falar para um homem, branco, bonito e com depressão: “Para, você nem sofreu tanto assim, é frescura”.
Quando eu decidi ser Cristão Católico, abracei toda a perseguição e exclusões que vieram com isso. Em nosso pais podem ser poucas, graças a Deus, mas elas existem também.
Minha opinião já foi invalidada por eu ser Católico. “Olha o fanático. Não sofreu para saber o que fala”.
Tentei amizade com uma pessoa atéia, mas que eu vi que estava sofrendo muito na vida, recebi a frase “Você foi a única pessoa que me tratou como humano na vida” e um mês depois cometeu suicídio. Me senti um inútil por não ter sido suficiente. O sofrimento do outro não pode ser julgado tão levianamente assim.
O problema é sempre o mesmo: Quem pode arbitrar o tamanho do sofrimento alheio?
É por isso que médicos perguntam para o paciente a intensidade da dor que sentem, pois não é possível que o médico arbitre.
Acho suas tirinhas boas e inteligentes, mas seu viés político fica claro nelas também, se nunca te contaram, o faço agora.
Você faz piadas com cristãos por sentir-se cômodo, simples assim. Não parece ser assim tão racional quanto explicou. Entretanto, imagino que você realmente acredite no que escreveu aqui, mas sua linha de pensamento foi mais arbitrária do que científica, sei que podes fazer melhor ao refletir sobre isso.
Piada é piada, e qualquer um pode se ofender, muitou ou pouco, com qualquer uma delas. Assuma o risco de fazê-lo e tudo bem, não precisa sinalizar virtude, seu trabalho é bacana independente disso. “in order to be able to think you have to risk being offensive.”